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PENSANDO DE FORMA MACRO

Notícia da Folha de S.Paulo de ontem (05/02/2021) dá conta de que em 2020, os bancos privados - Bradesco, Itaú e Santander - fecharam 1.500 agências.

O Itaú encerrou 167.

O Bradesco, 1.083. E este banco já declarou que pretende fechar mais 450 ao longo de 2021.

Presumível, portanto, que houveram centenas de cortes de empregos formais.

Este desmonte de agências se aproxima do fechamento das fábricas da Ford, onde muitos perderam emprego, mas toda uma cadeia de suprimentos sente a perda também. Vejamos.

Se na Ford, transportadores dos carros (cegonheiros) perderam contratos; donos de restaurantes perderam contratos; setor de autopeças, projetistas, engenheiros, enfim, muitos terão que rever toda sua vida produtiva-comercial. Agora, com os bancos, é a mesma coisa.

Fechada uma agência, o mercado de papelaria, de suporte de informática, de terceirização de segurança e limpeza das agências, sofre um baque econômico também.

Esta conta influenciará, e muito, o PIB do nosso País. Mexe com toda a cadeia produtiva das cidades.

Já há comentários também que o Banco do Brasil fechará agências. Só aqui em Araçatuba, serão duas.

Se deixar o mercado se autorregular (e quando falamos em mercado, leia-se o grande Capital, os bilionários), o aumento da miserabilidade do povo vai crescer ainda mais. Os bancos, como o Itaú – por exemplo – “encerrou o quarto trimestre de 2020 com 24,4 milhões de clientes digitais, aumento de 2,9% em relação aos três meses imediatamente anteriores”, declara a Folha de S.Paulo.

Há que vir alguém criar indústrias por aqui, abrir mais empresas para cá, pois gerando emprego, este trabalhador vai querer reformar a casa, por exemplo, e ao comprar um piso novo, fará com que a olaria produza mais, gerando mais trabalho para toda uma cadeia produtiva. Esta é a tônica do capital.

Se nada for feito, e aumentar ainda mais a informalidade, o desemprego, a miséria da população, talvez esta população descubra que o modelo capitalista não mais servirá a eles, propondo mudanças que já sabemos quais serão, a da solidariedade de tudo. E este caminho está sendo desenhado pela direita do nosso País, diga-se de passagem.

Aos bancos, nossa mensagem: quanto mais pobreza surgir, menos clientes haverão para vocês ganharem com tarifas, seguros e resseguros (lembranças ao Grande Irmão).

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